quarta-feira, 27 de maio de 2015

Risco no Seguro

Como eu disse antes, o Risco que o seguro cobre/garante, é um risco específico, com baixa frequência e de dano alto. Risco, genericamente, é o evento cuja ocorrência causa Dano - e nesse contexto o dano é econômico/financeiro.

Algumas outras características do Risco são exigidas ainda para que seja possível fazer seguro de um Risco, a saber:

  1. Ser Futuro: Não pode ter ocorrido ainda (na prática existe seguro a posteriori, mas a finalidade não é de garantir o risco, e sim meramente publicitária - caso não saquem, comentem que dou um exemplo nos comentários).
  2. Ser Possível: Tem que existir a possibilidade de ocorrer (sério, não posso fazer um seguro de incêndio de uma piscina, já que ninguém vai comprar - e a viabilidade econômica é um quesito para o seguro).
  3. Ser Incerto: Não se sabe se vai acontecer ou não (tem que ser randômico, aleatório).
  4. Ser Mensurável: Tem que ser possível saber "quanto custa" pra segurar. Por exemplo, assumindo que o evento seja impossível, não dá pra mensurar seu valor.
  5. Ser Independente das Partes: Parece óbvio. Imagine, por exemplo, um seguro de incêndio para uma caixa de charutos. O segurado certamente vai fumá-los, então o "incêndio dos charutos" depende de uma das partes, logo, fazer um seguro disso é burrice. Por isso a exigência de independência.
  6. Ser Não-Catastrófico: Essa exigência pra mim é menos óbvia. Digamos que a chance de incêndios é de 10% numa determinada vizinhança, mas deu uma tempestade e caiu raios que incendiaram mais da metade da tal vizinhança. Nesse caso a seguradora não garante nada, porque o evento é uma calamidade, e não está muito distante da possibilidade de cálculo da seguradora. É por isso que arrastões, terremotos, enchentes, furacões, guerras, epidemias e coisas desse tipo não são garantidas, porque é impossível mensurar (item 4, lembra?) tais eventos.
  7. Ser Similar (Homogêneo): É muito parecido com o item 6. Podemos dizer que é "a outra face do item 6. Se um evento é Catastrófico, então ele não é Homogêneo. Ser homogêneo é estar "na média" dos eventos ocorridos anteriormente, não extrapolando a previsão que se podia fazer anteriormente. É estar fora da região crítica numa curva normal (ver imagem abaixo - caso não manje de estatística, não se preocupe, esse é um conceito simples e não precisa dessa referência pra entender).

Além das Características do Risco, há ainda o que o professor chamou de Classificações do Risco, mas que não são as mesmas classificações que ele deu quando falou de Gerenciamento do Risco. Digamos que são outros critérios de classificação. Nesse sentido, os Riscos se classificam por tipo e por abrangência.

Classificação por tipo:
  • Risco Puro: Quando o resultado final, após certo tempo, resulta ou em Perda ou em Empate (não-perda). Exemplo: Risco de roubarem meu carro - ou eu perco (roubam meu carro), ou em empato (não roubam meu carro).
  • Risco Especulativo: Quando o resultado final, após certo tempo, resulta em Perda, Empate ou Ganho. Exemplo: Jogar Poker, apostar na Mega-Sena. O caso é que existe a chance de Ganhar.
Classificação por abrangência:
  • Risco Privado: Quando o dano atinge um indivíduo (ou um grupo específico de indivíduos), não extrapolando a normalidade. Exemplo: incêndio de uma casa, ou de um prédio.
  • Risco Social/Estrutural: Quando o dano atinge uma coletividade (Catastrófico). Exemplo: Incêndio de um bairro inteiro, enchente, epidemia.
Nessa classificação, fica bem evidente que o Risco segurável é apenas aquele que é Puro e Privado.

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Normalmente, quando se faz um seguro, o segurado fecha um contrato com apenas uma seguradora. Porém, essa seguradora pode estar dividindo o risco assumido. Esse processo se chama Pulverização do Risco.

Paztejamos.

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